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the book keeper

17
Out16

A Bibliotecária de Auschwitz

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Pattern: faucethead 

“Basta ser feliz pelo tempo que um fósforo leva a acender e a apagar. Dita fica em silêncio e pondera quantos fósforos se acenderam e apagaram na sua vida. Foram muitos, ela não é capaz de contá-los. Foram muitos pequenos momentos em que a chama brilhou, inclusive na mais absoluta escuridão. Alguns desses momentos deram-se quando, em meio ao maior dos desastres, ela abriu um livro e mergulhou nele.

A sua pequena biblioteca é uma caixa de fósforos.”

 

A Bibliotecária de Auschwitz é um romance baseado na história verídica de uma jovem checa - Dita Dorachova - e da sua estadia no terrível campo de concentração de Auschwitz. Aos 14 anos Dita era bibliotecária, uma profissão ilegal em Auschwitz, onde a posse de um livro era punida com a morte. Porque os livros nos fazem pensar, questionar, crescer e os nazis não queriam que os judeus e outros exilados pensassem. Queriam que morressem. Todos, sem excepção. E mesmo no meio da morte, da miséria, da degradação total, os judeus arranjaram forças para resistir. Dita manteve-se inquebrável. A sua tarefa de bibliotecária no campo familiar de fachada criado pelos nazis era um ato de rebeldia mas sobretudo um testemunho da resiliência e da força imensa destas pessoas testadas até aos limites que nunca julgaram ter. Abrir um livro, ensinar aquelas crianças foi como acender um fósforo de felicidade. E durante esse curto período, a luz vencia a escuridão. 

Este foi um dos livros mais brutais e impactantes que li sobre este período vergonhoso da história da humanidade. Já estive em Auschwitz. Já vi e li muitos filmes e documentários, mas à excepção da visita real, nada me fez compreender tão bem o horror vivido por estas pessoas. E também a capacidade incrível que temos de ser bons, humanos, fortes. Recomendo vivamente a todos. Acho inclusive que devia ser leitura obrigatória nas escolas.