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the book keeper

26
Set16

Book Tag: Dias da Semana em Livros

Fui desafiada pela Sandra do Say Hello To My Books a responder a esta tag literária que achei muito gira: sete livros, sete dias da semana, de acordo com os sentimentos que habitualmente associamos a esses dias. 

 

Devo confessar que algumas das categorias são extremamente problemáticas para mim, mas vamos a isto!

 

Domingo - Um livro que não queres que termine ou não querias que terminasse

 

 

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Havia tantos livros que podia encaixar nesta categoria mas para facilitar resolvi escolher o que mais recentemente me deu esta sensação de não querer chegar ao fim. Toda a luz que não podemos ver, escrito por Anthony Doerr, vencedor do Pulitzer Prize, passa-se entre a Primeira e Segunda Guerra e conta a história de uma menina francesa que é cega e um menino orfão alemão, dotado de uma inteligência surpreendente, recrutado pela Juventude Hitleriana. 

Sem entrar em mais pormenores, este foi sem dúvida um dos livros que mais gostei de ler nos últimos tempos, pela temática, pelos personagens que são todos eles fascinantes, pelas maravilhosas descrições, pela ternura e sensibilidade, mas sobretudo pelo apelo constante à descoberta de tudo o que nos rodeia. 

 

Segunda-Feira - Um livro que tens preguiça de começar

 

 

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The Black Swan, escrito por Nassim Nicholas Taleb, não tem qualquer relação com o filme. Na verdade, é um estudo de acontecimentos imprevisíveis e improváveis que faz analogia com o primeiro avistamento de um cisne negro, até então desconhecido, em 1967 na Austrália.

 

Neste livro, o autor explora a impossibilidade de antecipar e prever o futuro e, consequentemente, a necessidade não de estarmos preparados mas de sabermos aceitar e lidar posteriormente com o imprevisível. 

 

Perdoe-me o autor se isto vos parecer aborrecido, porque não é, ainda comecei a lê-lo e estava a gostar mas o facto deste livro me ter sido recomendado numa fase mais ou menos negra da minha vida profissional fez com que o deixasse de lado e lá permanece, abandonado na estante.

 

Terça-Feira - Um livro que leste por obrigação

 

 

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Ora bem, ler por obrigação é coisa que não me sucede com frequência. Eu gosto de ler, toda e qualquer coisa. Li os Maias três vezes e adorei. Por isso, esta coisa de termos de ler determinadas coisas na escola, nunca representou para mim um problema. Com excepção, claro está, da conceituada Aparição. Confesso que foi muito a custo que avancei pelas páginas até chegar ao final. Eu não sei se alguém sentiu o mesmo mas o personagem principal provocou em mim uma repulsa tal que pura e simplesmente não consegui desfrutar da história.

 

Será que se voltasse a lê-lo me sentiria de maneira diferente? 

 

Quarta-Feira - Um livro que deixaste pela metade ou estás a ler no momento

 

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 Neste momento estou a ler o The Year I Met You, da Cecelia Ahern e estou completamente rendida. É a primeira vez que leio alguma coisa dela mas já estou feliz por ter comprado dois, este e o The Marble Collector, também escrito por ela.

 

Nesta história a personagem principal é uma mulher moderna, proativa e inteligente que vive para o trabalho, até ao momento em que é despedida e não sabe o que fazer consigo mesma. De repente, vê-se em casa durante um ano inteiro e é forçada a conhecer-se e aos que a rodeiam, nomeadamente aos vizinhos com quem nunca trocou duas palavras.

 

É um livro intenso, de reflexão pessoal, sobre o eu e as relações humanas. Prometo escrever uma review mais detalhada quando terminar, but so far, so good!

 

Quinta-Feira - Um livro "de quinta", que não recomendas

 

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Primeiro quero só dizer que não gosto deste título dos livros de quinta. Os livros são fruto do trabalho e expressão de alguém e custa-me apelidá-los de livros de quinta. Digamos então livros de que menos gostei ou com os quais não me identifiquei. 

 

Eu gostei tanto do Comer, Orar e Amar que quis ler mais qualquer coisa escrita pela Elizabeth Gilbert. Descobri este Homens e Lagostas, o título parecia-me peculiar o suficiente para ser bom, mas na verdade é um fraco “mais ou menos”. 

 

É a história de uma ilha que vive da pesca de lagosta, na verdade duas ilhas, que disputam esta iguaria e se odeiam, quais Capuletos e Montecchios, com direito a Romeu e Julieta próprios, sob os quais se centra toda a história.

 

E assim dito/escrito até parece giro, mas a montanha acaba por parir um rato e nunca me senti realmente envolvida na história. No entanto, achei a descrição das diferentes fases da vida lagosta, usadas na introdução de cada capítulo, um pormenor absolutamente delicioso. 

 

Sexta-Feira - Um livro que queres que chegue logo (lançamento ou compra)

 

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Toda a luz que não podemos ver encheu-me tanto as medidas que há em mim um desejo forte de que este About Grace faça precisamente a mesma coisa. Este é na verdade o primeiro romance escrito pelo autor e foi considerado com um dos romances mais interessantes e fascinantes dos tempos modernos. 

 

Como ainda não o trouxe para casa, deixo-vos aqui a descrição do Goodreads.

 

Sábado - Um livro que quiseste recomeçar assim que terminou

 

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 Para terminar, deixo-vos com um livro que descobri por acaso e me encheu de coisas boas. 

 

A arte de ouvir o coração à primeira vista pode ser confundido com um livro de auto-ajuda mas, ainda que contenha lições importantes, está longe de descrever uma série de passos obrigatórios para o sucesso e a auto realização. Esta obra escrita por Jan-Philipp Sendker é na verdade uma história maravilhosa sobre aprendermos a prestar atenção àquilo que realmente interessa.

 

Não se deixem enganar com um início que parece ter sido retirado de um romance policial pois à medida que vamos acompanhando Julia na procura do seu pai, a narrativa transforma-se e ganha novos protagonistas, Tin Win e Mi Mi, dois jovens peculiares, que descobrem como não ver ou andar só é um impeditivo para as mentes mais desprovidas da vontade de viver.

 

O livro é composto por pequenos momentos simplesmente maravilhosos e brilhantes, como o momento em que Tin Win descobre que o coração da Mi Mi tem um bater único e inconfundível. Essa é a mais maravilhosa melodia que já ouviu e aquela que ouviria até ao final da vida, mesmo estando a milhares e milhares de quilómetros de distância. Porque a vida só tem sentido com sofrimento e com amor. E tudo o resto flui dessa mesma lição. Maravilhoso.

 

 E é isto. Aproveito para desafiar o Blog à Portuguesa, O Capitão Fantástico e o Quiosque da Joana a fazerem o mesmo. :)

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