“There's a difference between really loving someone and loving the idea of her.”
Aqui está outro caso tardio. Lembro-me que houve muito falatório à volta do filme, mas como queria ler o livro primeiro acabei por não ir vê-lo ao cinema. Ficou esquecido, até à semana passada. A partir daí foi devorar página atrás de página desta história incrívelmente arrepiante, escrita pela Gillian Flynn.
Para quem como eu, permanece na ignorância, esta é a história do casal ideal: Nick e Amy Dunne. Dois jovens que se apaixonam arrebatadoramente em Nova Iorque. Vivem uma vida de sonho até que, com a crise imobiliária, perdem o emprego e se mudam para a terra natal de Nick, Carthage, no Missouri. A ação começa no dia em que fazem cinco anos de casamento. Amy desaparece, a casa parece ter sido assaltada, há indícios de violência. Todas as pistas apontam para o suspeito do costume. Conseguem adivinhar quem?
Não vou revelar mais nada porque não quero fazer spoilers. Quem já leu, o que achou?
"Goodness is something to be chosen. When a man cannot choose he ceases to be a man."
Baseado na obra de Anthony Burgess, A Clockwork Orange é um clássico cinematográfico realizado por Stanley Kubrick, que só agora conseguir ver. Shame on me! A história passa-se no futuro, onde, como se prevê em todas as distopias, o mundo oscila entre a civilização utópica e o seu lado mais negro e decadente. Alex DeLarge é um sociopata dedicado a infernizar a vida de todos à sua volta, até que vai longe de mais e acaba preso. Miraculosamente, surge um tratamento científico que promete arrancar a maldade do interior de todos nós. Em apenas 15 dias, um assassassino é reformado e reintegrado na sociedade. Como? Através de métodos científicos questionáveis que no fundo não o tornam melhor, mas apenas incapaz de fazer o mal, de escolher entre uma coisa e outra.
É um filme brutalmente impactante. Destaque para a banda sonora que desempenha aqui um papel principal. Se não viram, façam como eu, ainda vão muito a tempo. ;)
“Marriage: a hopeful, generous, infinitely kind gamble taken by two people who don’t know yet who they are or who the other might be, binding themselves to a future they cannot conceive of and have carefully omitted to investigate.”
Alain de Botton é um escritor suiço que ficou conhecido por aplicar ideias filosóficas ao quotidiano. Esta prática consolidou-se nos vários livros que tem escrito ao longo dos anos e também na criação da School of Life, uma escola dedicada a criar uma nova forma de educação, com o objetivo de trabalhar e desenvolver a inteligência emocional. Se não conhecem, visitem o site e preparem-se para ser agradavelmente surpreendidos.
The Course of Love é o primeiro livro que li deste autor e desconfio que não será o último. Como indica o título, o tema principal é o amor, mais especificamente, o desenrolar das relações românticas ou amorosas. Nele somos apresentados a um casal e enquanto ouvimos a sua história, o autor faz diversas pausas para racionalizar e interpretar ambos os lados da questão. A questão central é a ideia romântica, o passar dos casamentos arranjados para o ideal romântico e todas as suas premissas. Podia ser aborrecido, mas não é. O autor esforça-se por nos dar diferentes perspectivas e também por destacar a pressão que a nossa sociedade e também as nossas expectativas e personalidades exercem nas relações amorosas. Em última instância é sobre a dificuldade de ter uma relação longa, com alguém que não nós próprios ou os nossos pais.
Se este tema vos interessa, o Alain de Botton é o vosso go-to. Garanto que vai pelo menos por-vos a pensar.
“And time is a curious thing. Most of us only live for the time that lies right ahead of us. A few days, weeks, years. One of the most painful moments in a person's life probably comes with the insight that an age has been reached when there is more to look back on than ahead. And when time no longer lies ahead of one, other things have to be lived for. memories, perhaps.”
Eu nem sei por onde começar com este livro. É sempre assim com livros que me emocionam profundamente.
A Man Called Ove, é sobre um velhote que perdeu a sua cara-metade e que por isso decide que não tem mais razões para viver. Ou pelo menos é o que ele acha porque a vida troca-lhe as voltas e põe no seu caminho uma família muito especial e um gato muito teimoso. A história é absolutamente ternurenta, particularmente na forma como nos conta o romance entre Ove e a sua mulher. Como é que duas pessoas tão diferentes podem completar-se, puxando pelo melhor de cada uma? É um livro que dá que pensar nas coisas importantes da vida. E o Ove era um homem de coisas realmente importantes, de valores e de princípios. O Ove roubou o meu coração e tenho a certeza que será capaz de roubar o vosso. :) Mal posso esperar para ver o filme!
A este respeito, aproveito para comentar que mais uma vez os escritores suecos me surpreendem. Nos mais diversos géneros, a literatura sueca tem vindo a posicionar-se no pódio dos meus favoritos.
“And when good friends need us, we do what we can to help them, right?
We can’t just be friends when it’s convenient. Good friendships are worth a little extra effort!”
Pluto: A Wonder Story é um conto com a autoria da R.J Palacio que nos conta a história de dois melhores amigos que se vão separando à medida que crescem. Um é um miúdo normal, o outro tem uma grave deficiência facial. É uma história amorosa, onde se aborda a dificuldade em permanecermos amigos, em sermos altruístas, em fazermos a coisa certa. Porque quando crescemos, fica tudo mais díficil.
Esta é na verdade uma espécie de prequela do famoso Wonder, no qual o amoroso Auggie Pullman é a personagem principal. Ainda não tive a oportunidade de o ler mas espero fazê-lo assim que possível.
Apesar de pequenino, este é um livro intenso e muito especial. :)
“Eleanor was right. She never looked nice. She looked like art, and art wasn't supposed to look nice;
it was supposed to make you feel something.”
Eleanor & Park, escrito por Rainbow Rowell, é um livro fofinho sobre dois misfits que se encontram e se apaixonam. Ela tem uma vida familiar muito díficil e ele não é como todos os rapazes da sua idade. Juntos descobrem o amor e a perda da inocência, partilham dores de crescimento e aprendem a dizer adeus. Gostei particularmente na descrição que cada um fazia do outro e dos seus sentimentos. O primeiro amor no seu melhor.