Ora bem, mais vale tarde do que nunca e finalmente vou responder à booktag indicada pela Sandra do Say hello to my books! Let's do this!
1. Qual o livro que está na tua mesa de cabeceira?
Na minha mesa de cabeceira tenho O Labirinto dos Espíritos do Carlos Ruiz Zafón. Ainda mal comecei mas calculo que, como parte integrante da série Cemitério dos Livros Esquecidos, vá ser tão bom como os anteriores. O Zafón é um autor incrível, recomendo vivamente.
2. Qual foi o último livro realmente bom que leste?
Costumo ter dúvidas neste tipo de questões, mas neste caso, não há mesmo margem para hesitações. O último livro realmente bom que li foi The Elegance of the Hedgehog ou A Elegância do Ouriço. Ainda estou a escrever a review, mas digo-vos que este livro faz-nos olhar para o mundo de maneira diferente de tão delicioso que é.
3. Se pudesses encontrar qualquer escritor, vivo ou morto, quem seria? O que lhe perguntarias?
Haruki Murakami! E em vez de lhe perguntar algo, gostava que fosse o guia numa visita ao Japão moderno. Oh-the-joy.
4. Qual livro ficaríamos surpresos de encontrar na tua estante?
Livros sobre a crise do mercado financeiro e imobiliário xD true story! Os livros do Michael Lewis (um dos quais inspirou o filme Big Short) dão-nos uma perspectiva totalmente diferente da crise financeira americana e europeia, para além do que são surpreendentemente divertidos.
5. Como organizas a tua biblioteca pessoal?
Por cores. As capas marcam-me imenso, então basta-me pensar no livro para visualizar a cor da capa e encontrá-lo na estante. Adoro o efeito visual que resulta desta organização.
6. Que livro já "deverias ter lido"?
Soooo many. Abaixo deixo-vos aquilo que era a minha lista para 2016, na qual estão vários clássicos, e poderão ver que falhei tantos...Oh well, melhores dias virão ;)
7. Um livro que te desapontou e que é sobrevalorizado / Um livro que todos dizem ser a tua cara, mas que não gostaste / Último livro abandonado
Lord of the flies do William Golding. Queria muito gostar, mas não foi possível. Ainda assim, dou-lhe créditos por expressar a selvajaria humana e o nosso lado animal da forma mais honesta possível.
8. Que tipo de histórias chamam a tua atenção? De que tipo de histórias manténs a distância?
Eu sou bastante eclética no que toca a géneros literários. Tanto gosto de algo clássico e pesadão, como de uma história distópica passada num futuro não muito distante ou até um romance entre adolescentes. Gosto sobretudo de histórias que tentam interpretar o ser humano. O ser humano fascina-me.
9. Se pudesses indicar um livro para o Presidente, qual seria?
Provavelmente As Primeiras Coisas do Bruno Vieira Amaral, porque é português, porque é bom, porque a literatura e a cultura em Portugal deve receber sempre o nosso máximo apoio. E também porque fala do Ultramar e dos retornados, para que nunca se esqueça que passamos todos pelo mesmo, embora em circunstâncias e alturas diferentes.
10. Que livros pretendes ler em breve?
Para já tenho na calha: Fantastic Beasts and Where to Find Them (J.K. Rowling); A Amiga Genial (Elena Ferrante); Ouve a Canção do Vento (Haruki Murakami); The Little Book of Hygge (Meik Wiking).
E é isto! Esta tag é super gira e dá que pensar. And because the show must go on...nomeio a Inês do Mar de Maio, a sacha hart do Rebel Yell e a Rita do The Car is On Fire, a Alexandra do Gira-Livros e a Sweet do Sweet Stuff. E quem mais queira responder, claro! :)
Se há coisa que gosto de fazer no final do ano é rever as coisas que li ou vi durante o ano. Este ano não consegui ler tanto como gostaria, mas foi um ano cheio de bons livros, séries e documentários marcantes. Partilho convosco a minha lista na esperança que vos inspire para 2017. :)
Livros
Este ano consegui atacar alguns clássicos que tinha pendentes. Ainda há muitos títulos nesta lista gigante de "livros que temos mesmo de ler", mas considero que ter lido estes cinco já foi uma vitória. Destaque para o In Cold Blood ou A Sangue Frio do Truman Capote.
Este também foi um ano em que descobri novos autores ou li obras de autores que já conhecia mas que nunca tinha tido a oportunidade de ler. Qualquer um dos dez abaixo valem a pena.
Dentro do estilo YA, do qual gosto particularmente, ainda que possam ser histórias mais juvenis, voltei ao John Green e descobri a deliciosa trilogia da Miss Peregrine do Ransom Riggs. Regressei também à fantástica saga da Veronica Roth, com a short story Quatro.
Na não-ficção li algumas coisas de que gostei bastante, nomeadamente as que se debruçam sobre a meditação e a maneira budista de estar e encarar a vida. Recomendo.
Por último, mas não menos importante, estão os que foram os indiscutivelmente favoritos deste ano. Se não leram, please do!! A sério! Principalmente os dois primeiros. Tão bons que dá vontade de chorar.
Como poderão concluir, eu não me fixo num único género. Há aqui coisas para todos os gostos: a melhor relação mãe/filha de sempre, a história do hip hop, um história de gangs ingleses, uma família aristocrata, fição científica dos anos 80 com os melhores miúdos do mundo, o maior narcotraficante da Colômbia, o amor e as relações na sua maior complexidade/comicidade, a história real mais incrível de todos os tempos, contos de terror ficcionados e contos de terror que potencialmente se tornarão reais. Como eu disse, há de tudo.
Et voilá! Há aqui muita coisa sobre a qual ainda não escrevi review, prometo fazê-lo brevemente, mas, até lá, deixo-vos os links para as reviews no Goodreads ou os trailers no YouTube. All in all, foi um grande ano.
“Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. ”
O teu rosto será o último, escrito por João Ricardo Pedro, é assim uma coisa para lá de maravilhosa. Quando terminei de o ler, sabia que não teria palavras suficientemente boas para descrever este livro. Posso dizer que é brutalmente honesto, brilhante, que o autor desenha uma maravilhosa teia de histórias fantásticas que se ligam entre si, mas qualquer coisa que diga não é suficiente.
Digo-vos unicamente que vale a lê-lo, que é uma reafirmação da imensa qualidade da literatura portuguesa. Que é tão português quanto um português pode ser e que nos remexe por dentro. O resto é convosco. :)
“Durante toda a minha vida, sempre tive a impressão de que podia ser outra pessoa. Em mudando de poiso e esforçando-me por começar vida nova, iria transformar-me numa pessoa nova, julgava eu. Repeti por mais de uma vez esse processo. Como se, ao converter-me numa pessoa diferente, pudesse amadurecer e, num certo sentido, reinventar-me.” A Sul da Fronteira A Oeste do Sol - Haruki Murakami
