“When you have one foot in the future and the other in the past, you piss on the present.”
10% Happier ou 10 Mais Felizparece um daqueles livros da treta de auto-ajuda, embora comece a achar que o problema dos livros de auto-ajuda está em nós e não nos livros. Passo a explicar, não há fórmulas mágicas para a felicidade, o sucesso, para nos tornarmos milionários, mas refletir sobre temas propostos sobre estes livros às vezes é o que nos falta para atingir determinados objetivos. Foi neste sentido que comecei a descobrir o tema sexy do momento: Mindfulness. E o que é isto afinal? Correndo o risco de dar uma definição um tanto ou quanto redutora, consiste basicamente em estar no presente, é dar tanta atenção à cabeça quanto aquela que dedicamos ao corpo, ou pelo menos 10 minutos do nosso dia para pensarmos em nós e na nossa postura na vida e para com os outros. Isto parece difícil para muita gente, inclusive para mim que sempre sofri de multitasking crónico e ansiedade, mas afinal não é um bicho de sete cabeças. “Eu só estou bem onde não estou” é uma coisa que podemos mudar.
Para entrar melhor neste tema vou voltar ao livro. Dan Harris, o autor, é um conhecido apresentador e jornalista americano. Ambicioso, como se quer um bom americano, fez de tudo um pouco na busca pelo sucesso e levou-se ao limite. Depois de ser correspondente de guerra, foi-lhe diagnosticada uma depressão, da qual nem deu conta e que tratou com ecstasy e cocaína. Começou a ver um psicólogo e recuperou-se. Mas nunca se recuperou da ambição crónica e destrutiva, da voz interior extremamente depreciativa, da autoflagelação psicológica.
Até que um dia, se deparou com a meditação e o budismo. Céptico, como seria de esperar, aborda a questão do ponto de vista jornalístico e surpreende-se. O livro é extremamente divertido, recheado de desabafos cómicos, e leva-nos pelo seu percurso em busca da mindfulness. Eu não era céptica mas sinto que me deu uma grande ajuda a “meter-me” no assunto e a procurar esta consciência do presente. Se são curiosos em relação ao assunto, é um livro que recomendo vivamente, se não são mas sofrem de ansiedade, insónias, depressão, dificuldade de concentração e sentem que querem tomar as rédeas e mudar, este também é o livro indicado para vocês.
Fui desafiada pela Sandra do Say Hello To My Books a responder a esta tag literária que achei muito gira: sete livros, sete dias da semana, de acordo com os sentimentos que habitualmente associamos a esses dias.
Devo confessar que algumas das categorias são extremamente problemáticas para mim, mas vamos a isto!
Domingo - Um livro que não queres que termine ou não querias que terminasse
Havia tantos livros que podia encaixar nesta categoria mas para facilitar resolvi escolher o que mais recentemente me deu esta sensação de não querer chegar ao fim. Toda a luz que não podemos ver, escrito por Anthony Doerr, vencedor do Pulitzer Prize, passa-se entre a Primeira e Segunda Guerra e conta a história de uma menina francesa que é cega e um menino orfão alemão, dotado de uma inteligência surpreendente, recrutado pela Juventude Hitleriana.
Sem entrar em mais pormenores, este foi sem dúvida um dos livros que mais gostei de ler nos últimos tempos, pela temática, pelos personagens que são todos eles fascinantes, pelas maravilhosas descrições, pela ternura e sensibilidade, mas sobretudo pelo apelo constante à descoberta de tudo o que nos rodeia.
Segunda-Feira - Um livro que tens preguiça de começar
The Black Swan, escrito por Nassim Nicholas Taleb, não tem qualquer relação com o filme. Na verdade, é um estudo de acontecimentos imprevisíveis e improváveis que faz analogia com o primeiro avistamento de um cisne negro, até então desconhecido, em 1967 na Austrália.
Neste livro, o autor explora a impossibilidade de antecipar e prever o futuro e, consequentemente, a necessidade não de estarmos preparados mas de sabermos aceitar e lidar posteriormente com o imprevisível.
Perdoe-me o autor se isto vos parecer aborrecido, porque não é, ainda comecei a lê-lo e estava a gostar mas o facto deste livro me ter sido recomendado numa fase mais ou menos negra da minha vida profissional fez com que o deixasse de lado e lá permanece, abandonado na estante.
Terça-Feira - Um livro que leste por obrigação
Ora bem, ler por obrigação é coisa que não me sucede com frequência. Eu gosto de ler, toda e qualquer coisa. Li os Maias três vezes e adorei. Por isso, esta coisa de termos de ler determinadas coisas na escola, nunca representou para mim um problema. Com excepção, claro está, da conceituada Aparição. Confesso que foi muito a custo que avancei pelas páginas até chegar ao final. Eu não sei se alguém sentiu o mesmo mas o personagem principal provocou em mim uma repulsa tal que pura e simplesmente não consegui desfrutar da história.
Será que se voltasse a lê-lo me sentiria de maneira diferente?
Quarta-Feira - Um livro que deixaste pela metade ou estás a ler no momento
Neste momento estou a ler o The Year I Met You, da Cecelia Ahern e estou completamente rendida. É a primeira vez que leio alguma coisa dela mas já estou feliz por ter comprado dois, este e o The Marble Collector, também escrito por ela.
Nesta história a personagem principal é uma mulher moderna, proativa e inteligente que vive para o trabalho, até ao momento em que é despedida e não sabe o que fazer consigo mesma. De repente, vê-se em casa durante um ano inteiro e é forçada a conhecer-se e aos que a rodeiam, nomeadamente aos vizinhos com quem nunca trocou duas palavras.
É um livro intenso, de reflexão pessoal, sobre o eu e as relações humanas. Prometo escrever uma review mais detalhada quando terminar, but so far, so good!
Quinta-Feira - Um livro "de quinta", que não recomendas
Primeiro quero só dizer que não gosto deste título dos livros de quinta. Os livros são fruto do trabalho e expressão de alguém e custa-me apelidá-los de livros de quinta. Digamos então livros de que menos gostei ou com os quais não me identifiquei.
Eu gostei tanto do Comer, Orar e Amar que quis ler mais qualquer coisa escrita pela Elizabeth Gilbert. Descobri este Homens e Lagostas, o título parecia-me peculiar o suficiente para ser bom, mas na verdade é um fraco “mais ou menos”.
É a história de uma ilha que vive da pesca de lagosta, na verdade duas ilhas, que disputam esta iguaria e se odeiam, quais Capuletos e Montecchios, com direito a Romeu e Julieta próprios, sob os quais se centra toda a história.
E assim dito/escrito até parece giro, mas a montanha acaba por parir um rato e nunca me senti realmente envolvida na história. No entanto, achei a descrição das diferentes fases da vida lagosta, usadas na introdução de cada capítulo, um pormenor absolutamente delicioso.
Sexta-Feira - Um livro que queres que chegue logo (lançamento ou compra)
O Toda a luz que não podemos ver encheu-me tanto as medidas que há em mim um desejo forte de que este About Grace faça precisamente a mesma coisa. Este é na verdade o primeiro romance escrito pelo autor e foi considerado com um dos romances mais interessantes e fascinantes dos tempos modernos.
Como ainda não o trouxe para casa, deixo-vos aqui a descrição do Goodreads.
Sábado - Um livro que quiseste recomeçar assim que terminou
Para terminar, deixo-vos com um livro que descobri por acaso e me encheu de coisas boas.
A arte de ouvir o coração à primeira vista pode ser confundido com um livro de auto-ajuda mas, ainda que contenha lições importantes, está longe de descrever uma série de passos obrigatórios para o sucesso e a auto realização. Esta obra escrita por Jan-Philipp Sendker é na verdade uma história maravilhosa sobre aprendermos a prestar atenção àquilo que realmente interessa.
Não se deixem enganar com um início que parece ter sido retirado de um romance policial pois à medida que vamos acompanhando Julia na procura do seu pai, a narrativa transforma-se e ganha novos protagonistas, Tin Win e Mi Mi, dois jovens peculiares, que descobrem como não ver ou andar só é um impeditivo para as mentes mais desprovidas da vontade de viver.
O livro é composto por pequenos momentos simplesmente maravilhosos e brilhantes, como o momento em que Tin Win descobre que o coração da Mi Mi tem um bater único e inconfundível. Essa é a mais maravilhosa melodia que já ouviu e aquela que ouviria até ao final da vida, mesmo estando a milhares e milhares de quilómetros de distância. Porque a vida só tem sentido com sofrimento e com amor. E tudo o resto flui dessa mesma lição. Maravilhoso.
“I used to dream about escaping my ordinary life, but my life was never ordinary.
I had simply failed to notice how extraordinary it was.”
Obrigada, Ransom Riggs por nos dares uma trilogia que evolui espectacularmente à medida que avança. E que trilogia! Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children é das melhor coisas que li nos últimos tempos. Uma mistura de Harry Potter, com Penny Dreadfull, pintada com fotos vintage incríveis.
Imaginem que no mundo existem pessoas com capacidades peculiares, dons fantásticos e inimagináveis. Parte delas tenta dominar o mundo, ostracizando e eliminando a própria “espécie”, por isso, estes seres peculiares têm de se refugiar. Onde? Num looping no tempo, que se repete todos os dias, para toda a eternidade. Mas não há bem que sempre dure…
"Within your own self there is a treasury…an ocean of pure bliss, consciousness, intelligence, creativity, love, happiness, energy and peace. Within every human being. Experience that and you will begin to know yourself, which is unbounded, eternal totality."David Lynch
"There was nothing in life harder or more important than agreeing every morning to stay the course, to go back to your forgotten self of so many years ago, and to make the same decision. Marriages, like ships, needed steering, and steady hands at the wheel.”
The Vacationersconta-nos as férias de uma família nova-iorquina em ponto de ruptura. Duas semanas em Maiorca que vão mudar o curso da vida de todos.
Este é um livro sobre casamento, sobre amizade, sobre a adolescência e a perca da inocência, sobre paternidade, sobre crescer e tornarmo-nos adultos. No fundo é sobre as relações entre pessoas e tudo o que de bom e de mau se sofre, desfruta e aprende com elas. Porque é preciso seguir em frente, de uma maneira ou de outra. At end, vai ficar sempre tudo bem.
Hoje venho falar-vos de mais uma rede social. O horror! Quase consigo ouvir a vossa indignação..
"Outra rede social? Para quê?!"
Temos o Lord Almighty Facebook, o Instagram, o Snapchat, o Pinterest e por aí a fora. Todas estas redes nos consomem o escasso tempo que nos sobra ao final do dia. No entanto, se gostam de ler e andam sempre à procura de novos títulos, como é o meu caso, há uma rede social à qual estou feliz por ter dado uma oportunidade.
Ladies and Gents, I give you...Litsy!
O Litsy é uma rede criada especialmente para leitores, com um funcionamento simples e apelativo, onde podem encontrar reviews, fotos e citações. O tagline deles é Litsy: Where books make friends, o que para além de ser amoroso é bem verdade.
Deixem-me mostra-vos as diferentes funcionalidades:
No feed de notícias (muito semelhante ao do Instagram) podem encontrar três coisas: Reviews, Blurbs e Quotes. Esta que vêm na imagem trata-se de uma review. A cada review é atribuído um símbolo/acção correspondentes às seguintes ações: Pick, So-So, Pan ou Bail.
Para pesquisarem algum livro ou autor em específico, basta utilizarem o motor de busca. Selecionando um livro da lista conseguem ver várias reviews de outros utilizadores sobre o mesmo livro. Se encontrarem o livro certo podem acrescentá-lo à vossa lista como: To Read, Reading ou Have Read.
O Have Read prende-se com o facto de terem uma coisa gira chamada Litfluence, que assenta na lógica de gamification. Recebem pontos pelos livros que leram, calculam o total de páginas lidas e vão contabilizando a vossa participação na plataforma. É um plus engraçado, nada que seja relevante ou essencial. Mas é giro! :)
Os membros desta plataforma são muito ativos e criam muitas vezes movimentos e temáticas que vos levam a descobrir novos livros e autores. Outra coisa engraçada é o facto de podermos acrescentar um spoiler alert antes de publicar o post. Assim garantimos que ninguém fica a saber informação crucial sobre o livro, antes de o ter lido. I take spoilers very seriously!
Para além destas funcionalidades, têm o vosso perfil onde podem incluir uma frase que vos defina, referir qual o livro que estão a ler de momento e consultar os últimos posts, lista de livros lidos, etc..
Sei que também temos o Goodreads, mas a verdade é que acho o funcionamento demasiado complexo, muita informação, difícil de acompanhar. Aplicando a fórmula do Instagram, fica tudo mais simples e intuitivo.
O único senão é que o Litsy está disponível apenas para iOS. Estão a trabalhar numa versão para Android, mas até ao momento ainda não foi publicada. Para além disso, a plataforma tem ainda muitos utilizadores de língua inglesa, pelo que se só lêem em Português ou noutras línguas, pode não ser a coisa mais útil da vida para vocês.
Podemos sempre tomar conta do Litsy e estabelecer o Português como língua dominante. O que me dizem?
Procurem pela Andi3. Let the Litsy Domination Begin!