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the book keeper

06
Mar18

The Shape of Water

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"If I told you about her, what would I say? That they lived happily ever after? I believe they did. That they were in love? That they remained in love? I'm sure that's true. But when I think of her - of Elisa - the only thing that comes to mind is a poem, whispered by someone in love, hundreds of years ago: "Unable to perceive the shape of You, I find You all around me. Your presence fills my eyes with Your love, It humbles my heart, For You are everywhere."

 

Tinha aqui este texto por escrever desde que fui ver o filme há três semanas. Entretanto ganhou o Óscar de melhor filme e melhor realização, pelo que ganha agora outra dimensão e outro peso. Este não é um filme consensual e eu, que gosto de fantasia e ficção científica, dei por mim a ir vê-lo em primeiro lugar por ter sido realizado pelo talentoso Guillermo Del Toro. Não me arrependi. 

 

Para quem ainda não viu, a história passa-se nos anos 60, período conturbado da história americana, num laboratório de experiências ultra-secreto, propriedade do governo americano. Elisa, personagem principal e papel desempenhado por Sally Hawkins, é uma das muitas empregadas de limpeza do laboratório e leva uma vida rotineira e até aborrecida quando conhece uma criatura fantástica aprisionada no edifício pelo terrível Coronel Richard Strickland, um papel de arrepiar desempenhado pelo incrível Michael Shannon.

 

De destacar também os brilhantes desempenhos da Octavia Spencer (surprise, surprise, a mulher é boa em tudo o que faz) e Richard Jenkins, os sidekicks maravilhosos da Elisa.

 

Sem querer revelar mais para não vos estragar a supresa, digo-vos que é um filme muito bonito e enternecedor. A mistura perfeita de poesia, romance e um quê de excentricidade, como o realizador tão bem sabe fazer.

 

 

 

14
Fev18

The Steve Jobs Way: iLeadership for a New Generation

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 "Brilliant product developers are driven by a desire for change, for things and experiences that are different, better, and special. Product developers like Steve Jobs have imagination that enables them to envision those new products or new ways of living. Then they ask Why not?" Jay Elliot

 

A próposito de liderança fui dar com este livro, sobre um dos líderes que mais me inspira. Polémico e controverso, para mim Steve Jobs foi acima de tudo genial e incrivelmente inspirador. Mais do que uma análise ao profissional, este é um livro sobre o líder e sobre o papel que a liderança desempenha ao longo de todo o processo, nomeadamente quando falamos de alguém como Steve Jobs. A quem se interessa pelo tema, são destacados aqui vários pontos válidos e perfeitamente aplicáveis a diferentes realidades que vos vão fazer repensar e redefinir algumas coisas do vosso dia-a-dia. 

No que me toca, não descobri nada de novo mas serviu para refrescar a memória e matar saudades daquele que foi um dos seres humanos mais brilhantes dos nossos tempos. Sei que falo por mim e por tantos outros Apple fans quando digo: You are deeply missed, Steve. 

 

 

 

12
Fev18

Também os brancos sabem dançar

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"Ninguém me pediu para virar missionário e enfrentar o mundo, como um Hélder,

a espalhar o evangelho do kuduro."

 

Depois de ter lido o primeiro livro de crónicas - O Angolano Que Comprou Lisboa (por metade do preço) - de Kalaf Epalanga, mais conhecido por integrar a banda Buraka Som Sistema, fiquei muito ansiosa por ler um romance da sua autoria. É que a escrita do Kalaf é "de se comer à colher", perdoem-me a expressão, mas é o mais próximo daquilo que sinto à medida que viro lentamente cada página. Algures entre a prosa e a poesia, cheia de cheiros, texturas e pequenos detalhes, a sua escrita faz-me apetecer ficar por ali e demorar-me um pouco mais. Esta nova obra, um trabalho de auto-ficção, leva-nos pela história do kuduro, da kizomba e de tantos outros géneros musicais sobre os quais confirmamos agora não saber mesmo nada. É absolutamente impressionante o conhecimento musical do autor que nos chega nas palavras de 3 personagens completamente diferentes e, no entanto, inequivocamente ligadas entre sí: o próprio, a mais bela bailarina de kizomba e um policia nórdico cheio de questões existenciais. Quanto saímos do registo biográfico, a coisa torna-se realmente interessante, embora nem sempre natural.

 

 Apesar de achar que às vezes o autor se perde nesta viagem pela história musical através de um discurso demasiado didáctico, este é um romance que recomendo vivamente. Fico no entanto curiosa para ler algo que fuja completamente às suas temáticas e realidade habituais. 

 

05
Jan18

O Sonho Mais Doce

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"Os seus retratos das relações humanas são de uma beleza estonteante.

Seria difícil descrever o esplendor deste livro." The Times

 

Publicado em 2001, O Sonho mais doce, escrito pela vencedora do Prémio Nobel da Literatura 2007, Doris Lessing, é a história de uma saga familiar através da qual acompanhamos três gerações, centrando-se sobretudo na década de 60. Acima de tudo, é a história de três mulheres com M grande: Júlia - uma alemã praticamente exilada em Inglaterra, pós Primeira Guerra Mundial; Frances - a mãe de todos e Sylvia - uma jovem frágil que descobre o amor e a amargura num aldeia esquecida por Deus, em África. As três mulheres têm as suas raízes no casarão que serve de albergue a uma grande quantidade de jovens modernos e auto-emancipados, numa altura de proclamação de liberdade, igualdade e fraternidade, assente no fervor comunista que se vivia então.

 

Abordando temas característicos de várias épocas como a guerra fria, a guerra do Vietname, as drogas, o surgimento da SIDA em África, o apogeu e queda do Comunismo, esta é uma narrativa que se centra sobretudo no idealismo e no ser humano, explorando a forma como ambos se relacionam ao longo da vida, e nas relações humanas, familiares e não só. Gostei bastante e recomendo.

 

P.S: Fez-me também recordar o Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez, o que só pode ser um bom indício, não acham?

 

 

03
Jan18

Netflix and Chill 2017

Como sabem os meus amigos e as almas caridosas que me lêem, sou uma fã incondicional da Netflix. É um caso que o Mort do Madagascar descreveria como: "eu já gostava dele antes de o conhecer!".

 

Therefore, "consumo" sempre que posso e gosto de partilhar as coisas boas que andei a ver. E em 2017 vi e revi muita coisa boa:

 

- Comédia - 

 

Friends (10 temporadas)

 

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Este ano revi o Friends do início ao fim e foi sem dúvida tempo muitissímo bem gasto. Tanto das sitcoms atuais foi inspirado nos 6 amigos mais cool/funny de Nova Iorque e arredores. Se não viram, por favor vejam. Vai valer a pena. Mesmo.

 

- Drama -

 

Outlander 

(2 temporadas)

 

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A terceira temporada do Outlander ainda não está disponível na Netflix por isso fui-me entretendo com as duas primeiras. Como já tive oportunidade de descrever aqui, esta série baseia-se nos livros escrito pela Diana Gabaldon e é ideal para quem gosta de ficção histórica, personagens memoráveis e um pouquinho de magia. Podem começar como eu e ler os livros primeiro ou comecem pela série e ficarão mortinhos para ler os livros.

 

Chamem a parteira

(5 temporadas)

 

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Eu já tinha visto alguns episódios soltos desta série e não lhe soube dar o devido valor. Este ano "peguei" nela novamente e não consegui parar até chegar ao final da 5ª temporada. Passa-se no zona empobrecida do East End de Londres durante os anos 50 e acompanha uma parteira recém-formada e as colegas num convento de enfermeiras. Eu não vos vou conseguir explicar o quão bem feita e absolutamente cativante é esta série. Mas digo-vos que, se como eu se sentem orfãos de Downtown Abbey, é uma boa série para matar saudades da cultura inglesa. E este ano saem mais duas temporadas!

 

 - Policial - 

MindHunter

(1 temporada)

 

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Esta foi mais uma estreia da Netflix em 2017. Conta-nos a história de dois polícias que decidem investigar as motivações dos serial killers no final dos anos 70, contribuindo fortemente para a expansão do entendimento e ciência criminal. Este ano sai nova temporada.

 

- Ficção científica - 

Stranger Things

(2 temporadas)

 

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Claro que não podia deixar de ver a segunda temporada de Stranger Things. Felizmente foi tão boa quanto esperava. Para quem não conhece é uma das séries fenómeno da Netflix e é a história de um miúdo que desaparece numa pacata vila onde afinal são realizadas experiências secretas. E mais não digo. A série acerta na mouche no vibe 80s e os miúdos que a protagonizam vão roubar-vos o coração. Depois de terminarem a temporada 2 aconselho-vos a ver o Stranger Things: Behind the scenes, também disponível na Netflix.

 

Dark

(1 temporada)

 

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E agora chegamos à minha favorita de 2017. Dark, uma série alemã que vos vai deixar de estômago apertado e cabeça às voltas. Interpretações, argumento e realização brilhantes. Ultrapassem o facto de ser estranho ouvir falar alemão e preparem-se para uma série "daquelas". Dizem que é a versão alemã do Stranger Things, porque também desaparece um miúdo e também viajamos até aos anos 80 mas Dark é muito mais do que isso. Façam-me o favor e vejam. :)

 

 - Documentários - 

 

Uma das coisas que me faz adorar a Netflix são os documentários. Recomendo-vos abaixo algumas das coisas boas que vi:

 

Minimalism - A documentary about the important things

 

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Jim e Andy

 

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Um de nós

 

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Going Clear: Scientology and the prison of belief

 

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- Stand-up Comedy - 

 

Outro ponto forte são os espectáculos de stand-up. Se gostam, deixo-vos alguns por onde começarem:

 

Aziz Ansari - Live at Madison Square Garden

 

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Hasan Minhaj - Homecoming King

 

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Sarah Silverman - A speck of Dust

 

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Jerry before Seinfeld

 

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E isto é apenas um cheirinho do que ando a ver. Hope you like it! 

Se têm recomendações a fazer, comentem! :)

02
Jan18

2017 Reading Challenge

Depois de muito tempo em off-mode regresso em 2018 com a intenção de levar este ano até ao fim no que toca a review de livros, dado que em 2017 acabei por me afastar, fruto do excesso de trabalho e, para ser verdadeira, da minha incapacidade para vencer a preguiça nos momentos de ócio. 

 

Não podia no entanto deixar de fazer um balanço relativo ao Book Reading Challenge que defini para mim no Goodreads, no ano que passou. Tinha traçado a meta de 40 livros, consegui terminar 37 e li muita coisa boa da qual vou partilhar convosco os meus favoritos:

 

Saga Outlander

 

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Em 2017 descobri e apaixonei-me perdidamente pela história escrita pela Diana Gabaldon, uma saga de viagens no tempo que coloca uma moderna enfermeira de 1968 a viver a revolta dos escoceses em 1743.

Não tenho palavras suficientes para descrever o quanto fiquei viciada neste enredo e nas suas personagens, resta dizer que li os 5 volumes já disponíveis em português. Se gostam de fição histórica, personagens inesquecíveis e um quê de magia, não percam tempo. A adaptação televisiva é também das melhores que já vi.

 

P.S: Não se deixem desmotivar pelas capas das edições portuguesas. São feínhas que doem.

 

Tuesdays with Morrie

 

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Este é outro que desmotiva só de olhar para a capa, mas o tema e as infinitas aparições em Must-read lists levaram a melhor e ainda bem. Resumidamente, trata-se de uma memória biográfica dos últimos momentos do autor Mitch Albom com o seu professor e mentor Morrie Schwartz. Este best-seller, que já está entre os meus livros favoritos de sempre, conta-nos o reencontro destas duas pessoas, dezasseis anos depois, quando Albom descobre que Morrie sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica e tem pouco tempo de vida. Juntos decidem levar a cabo um último ensaio, onde abordarão as questões fundamentais da vida como a morte, o amor, a família, o sucesso, o dinheiro, entre tantas outras. Este é o livro que vão ter vontade de oferecer às vossas pessoas favoritas. Review completa aqui.  

 

A Man Called Ove

 

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Este divide opiniões, bem sei. Contudo, figura já na lista dos meus favoritos e mais recomendados. É a história de um velhote que perdeu a sua cara-metade e que por isso decide que não tem mais razões para viver. Ou pelo menos é o que ele acha porque a vida troca-lhe as voltas e põe no seu caminho uma família muito especial e um gato muito teimoso. A história é absolutamente ternurenta, particularmente na forma como nos conta o romance entre Ove e a sua mulher. Review completa aqui

P.S: Ainda me falta ver o filme, mas consta que também é bom! :)

 

Wonder

 

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Outro muito mencionado em blogs e listas de leitura e que tive oportunidade de ler em 2017 foi o Wonder. Um livro incrível que nos faz oscilar entre a lágrima e a gargalhada fácil. Uma das minhas resoluções para este ano foi diretamente retirada do discurso do director da escola, o fabuloso Mr. Tushman: "Shall we make a new rule of life...always try to be a little bit kinder than is necessary?" que por sua vez é retirada também do livro The Little White Bird escrito por J.M. Barrie. Esta citação diz tudo acerca deste livro onde nos é contada a história de um menino que nasceu com uma grave paralesia facial mas que at the end of the day é só um miúdo como todos os outros. Especial à sua maneira. Estou muito ansiosa para ver o filme. 

 

O Livro da Alegria

 

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O Livro da Alegria relata-nos a história de uma semana passada entre os amigos Dalai Lama e Desmond Tutu, dois dos mais importantes líderes religiosos e porta-vozes da paz a nível mundial. Surpreende-nos a tantos níveis e faz-nos reflectir sobre a Alegria, tantas vezes menosprezada face à popular Felicidade. É um livro que quero reler ao longo da vida.

 

Maus: a história de um sobrevivente

 

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Este era outro que já queria ler há imenso tempo e este ano resolvi não deixar passar. Maus é o relato em banda desenhada da sobrevivência do pai do autor, Art Spiegelman, às atrocidades cometidas contra os judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Se se interessam pelo tema e já leram/viram muita coisa relacionada, como é o meu caso, preparem-se para se supreenderem e descobrirem uma nova dimensão.

 

A Força do Hábito: perceber e corrigir

os hábitos na vida e no emprego

 

A Força do Hábito

 

Para finalizar a lista de favoritos, deixo-vos este Poder do Hábito, escrito pelo Charles Duhigg. Parece um livro de auto-ajuda e de certa forma até é, mas na verdade é muito mais do que isso. O Poder do Hábito tem como objetivo fazer o leitor entender como o nosso cérebro funciona com base em hábitos formados e automáticos que na realidade constituem grande parte da atividade que julgávamos ser intencional. Os hábitos são abordados ao nível do indíviduo, das organizações/marcas e das sociedades/movimentos cívicos. Baseado num elevado número de estudos científicos e casos reconhecidos, esta é uma leitura altamente estimulante que vai certamente dar-vos que pensar. 

 

Estes foram os favoritos mas abaixo deixo-vos também a lista dos outros que li e que, de uma forma geral, gostei:

- The Fountainhead, Ayn Rand - review aqui.

- The Handmaid's Tale, Margaret Atwood - review aqui

- Answer me, Susanna Tamaro

- Whatever you think, think the opposite, Paul Arden

- Still life, Louise Penny

- O Angolano que comprou Lisboa (por metade do preço), Kalaf Epalanga

- The Underground Railroad, Colson Whitehead

- Siddartha, Hermann Hesse

- Cada palavra é uma semente, Susanna Tamaro

- O Jogo do Acaso, Penny Vincenzi

- Eleanor & Park, Rainbow Rowell - review aqui.

- We are all completely beside ourselves, Karen Joy Fowler

- A beleza das coisas fragéis, Taiye Selasi

- Gone Girl, Gillian Flynn - review aqui

- A Amiga Genial, Elena Ferrante - review aqui.

- Go Set a Watchman, Harper Lee

- The Course of Love, Alain de Botton - review aqui.

- The Little Book of Hygge: The Danish Way to Live Well, Meik Wiking

- Ouve a Canção do Vento, Haruki Murakami

- Nem todas as baleias voam, Afonso Cruz - review aqui.

- O Labirinto dos Espíritos, Carlos Ruiz Zafón - review aqui

- Ecos Invisíveis, Tony Sandoval e Grazia La Padula

- About Grace, Anthony Doerr

- Pluto: A Wonder Story, R.J.Palacio - review aqui

- NW, Zadie Smith

 

E vocês? Quais foram os vossos favoritos de 2017? Já têm muitos na mira para 2018?

 

P.S: Se andam pelo Goodreads a partilhar coisas boas, please add me!!